A Doutrina da Eleição: Calvinismo, Arminianismo e o
Equilíbrio da Doutrina Batista
Prof. Dr. Jorge Pinheiro[1]
Algumas questões metodológicas
Em primeiro lugar devemos ver a relação entre teologia e
doutrina. A teologia é uma construção racional, lógica, que parte de dois
princípios: o princípio arquitetônico, que é a revelação, a palavra de Deus; e
o princípio hermenêutico, instrumental, que fornece equipamento técnico para a
análise do texto escriturístico.
A teologia serve assim, a partir desses dois princípios, um
divino e outro humano, para contextualizar a palavra de Deus e responder aos
desafios do tempo presente, armando e fortalecendo a igreja. Apesar desse
importante serviço, a teologia é sempre passageira e precária. Não é revelação.
Já a doutrina é fundamento bíblico que norteia nossa fé e
ordem. Não tem base nos arrazoados de grandes teólogos, mas na revelação. Nesse
sentido, teologia e doutrina são diferentes. E nós devemos entender isso.
Em segundo lugar, devemos saber que quando o infinito cruza
com o finito surgem questões impossíveis de serem respondidas a contento a
partir de nossa perspectiva finita. Entre esses podemos citar a encarnação,
a kenosis e a ressurreição de Cristo. Uma outra questão difícil, por
implicar nesse cruzamento da infinitude da soberania de Deus e a liberdade de
escolha da imago Dei, é a teologia da eleição.
Nesse sentido, há teologias, como a calvinista, que olham
esta questão difícil da eleição a partir do infinito, de cima,
exclusivamente. E há outras teologias, como a arminiana, que olham esta questão
difícil da eleição apenas a partir do finito, de baixo.
Mas há uma outra maneira de olhar a questão da eleição, a
partir da humildade do reconhecimento que estamos diante de um cruzamento do
divino com o humano, do infinito com o finito, daquilo que está em cima com
aquilo que está em baixo. E é exatamente esta perspectiva, humilde, bíblica e,
por isso, doutrinária que orienta o pensamento batista nesta difícil questão.
A teologia da eleição segundo Lutero
Para entendermos a teologia da eleição no calvinismo e no
arminianismo temos que começar a partir da visão de Lutero. A compreensão de
Lutero tem por base a sua leitura da Carta de Paulo aos Romanos, e a partir daí
de sua teologia da cruz. Segundo Walther von Loewenich, um especialista na
vida e obra do reformador alemão, “a teologia da cruz é o princípio de toda a
teologia de Lutero. Ela não pode ser limitada a um período particular de sua
teologia.”[2]Nessa
teologia, Deus vem até aqui embaixo e a expiação acontece quando Deus chega até
o ser humano, que vive sob a ira da lei. Deus é satisfeito, aplacado, quando o
movimento divino em direção ao humano resulta em fé. Ocorre, então, uma “alegre
troca”: Jesus toma a natureza pecaminosa e entrega ao ser humano sua vida justa
e imortal. E nessa teologia da cruz de Lutero está embutida a primeira
compreensão que a Reforma fez da eleição de Deus.
Para Lutero, conforme expôs no Prefácio a Carta de
Paulo aos Romanos, “você deve seguir o raciocínio desta carta na ordem em que é
apresentada. Fixe sua atenção, primeiro que tudo no Evangelho de Cristo, de
maneira que você possa reconhecer seu pecado e a Sua graça. Então lute contra o
pecado, conforme os capítulos de um a oito tem lhe ensinado a fazer.
Finalmente, quando você chegar ao capítulo 8, debaixo da sombra da cruz e do
sofrimento, passe para os capítulos de 9 a 11 que lhe ensinarão sobre a
providência e o conforto que ela é.”
Assim, para Lutero, a eleição era uma garantia, era
esperança. Pois, nos momentos de sofrimento, de cruz e das angústias da morte,
é a providência divina, através da eleição, que nos dá garantia da presença da
graça em nossas vidas. É por isso que ele disse: “Há uma medida adequada, hora
e idade para o entendimento de toda doutrina.”
Dessa maneira, para o reformador, o caminho cristão começa
com o ato de ouvir o Evangelho, com o reconhecimento de nosso pecado, mas
também da graça de Deus, em Cristo, derramado sobre nós. Continua no correr de
nossa vida com a luta contra o pecado e, finalmente, quando debaixo da sombra
da cruz e do sofrimento, é a providência de Deus, manifesta na eternidade,
através da eleição, que garante a esperança e nos dá conforto.
A teologia da eleição segundo Calvino
Calvino partiu dos mesmos textos de Lutero, principalmente
da Carta de Paulo aos Romanos, mas inverteu a maneira de ver de Lutero. Se para
Lutero, o ser humano não tem como discutir e mergulhar na compreensão da
soberania de Deus e teologizar sobre ela e, por isso, a eleição deve ser vista
como garantia de nossa esperança, principalmente nos momentos de dificuldades e
sofrimentos, para Calvino a base da vida cristã é a escolha eterna de Deus.
Assim, na teologia, não seria fim, mas começo e centralidade.
Tanto em seu Comentário sobre a Carta aos Romanos, como
nas Instituições da Igreja Cristã, Calvino constrói uma teologia da
eleição que tem por base a soberania de Deus. E olha a eleição sempre do “ponto
de vista” de Deus, de cima, descartando uma leitura a partir da imago Dei e
a possibilidade de escolha humana.
Segundo o teólogo batista Timothy George,[3] a
doutrina da predestinação em Calvino pode ser definida em três palavras:
absoluta, particular e dupla. É absoluta já que não está condicionada a nenhuma
contingência finita, é particular no sentido que pertence a indivíduos e não a
grupos. E, por fim, é dupla: Deus, para o louvor de sua misericórdia, elegeu
uns para a vida eterna, e, para o louvor de sua justiça, outros para a perdição
eterna.
A posição de Calvino, quando relaciona eleição e salvação,
pode ser traduzida no seguinte silogismo: (1) A certeza da salvação depende do
decreto eterno de Deus; (2) aqueles que crêem foram escolhidos por Deus
desde a eternidade; (3) se eu creio, logo serei salvo, porque fui escolhido.
A historiografia dos séculos 16 e 17 mostra que a doutrina
da predestinação absoluta defendida por Calvino enfrentou séria oposição não
somente nos meios teológicos, mas de pastores e crentes. Entre esses opositores
podemos citar Erasmus,[4] o
movimento anabatista e dois fundadores do pensamento batista na Inglaterra:
John Smyth[5] e
Guilherme Dell.[6] Mas,
historicamente, seu opositor mais conhecido foi Jacobus Arminius.
Apesar da oposição que a leitura de Calvino produziu no
mundo protestante, sua leitura da eleição, para seus defensores, deve ser
entendida como uma garantia nos momentos de provação e uma confissão à graça de
Deus.
A teologia da eleição segundo Arminius
Já a doutrina da predestinação defendida por Jacobus
Arminius[7] (1560-1609)
parte de uma perspectiva diferente: o papel da graça diante da depravação
humana, a eleição condicional, a graça resistível, a expiação não limitada –
Cristo morreu por todos – e a possibilidade de perda da salvação. Assim, para o
arminianismo a eleição é condicionada pela fé.
Em sua Declaração de Sentimentos, apresentada à igreja
holandesa em 30 de outubro de 1605, ele sintetizou a sua posição em cinco
pontos:
1 – Capacidade humana e liberdade de escolha:
Todos os homens embora sejam pecadores, ainda são livres
para aceitar ou recusar a salvação que Deus oferece;
2 – Eleição condicional:
Deus elegeu os homens que ele previu que teriam fé em
Cristo;
3 – Expiação ilimitada:
Cristo morreu por todos os seres humanos, em todas as épocas
e lugares;
4 – Graça resistível:
Os homens podem resistir à Graça de Deus para não serem
salvos;
5 – Decair da Graça:
Homens salvos podem perder a salvação caso não perseverem na
fé até o fim.
Arminius defendeu uma posição sublapsariana, alertando para
o fato de que Deus não predetermina ninguém para a perdição.
Segundo Arminius, Deus em seu decreto escolheu seu Filho
como Salvador para mediar a favor daqueles pecadores que se arrependem e crêem
em Cristo, e para administrar os meios eficientes e eficazes para a fé de cada
um deles. Assim, para ele, Deus decreta a salvação e a perdição de pessoas em
particular com base na onisciência divina da fé e perseverança de cada
indivíduo.
Na verdade, a tensão da discussão entre predestinação
absoluta ou predestinação condicional gira ao redor da compreensão de duas
doutrinas: graça e eleição. Tomamos por base, a partir de Arminius, o arrazoado
que o apóstolo Pedro faz em sua segunda epístola, explicando esta questão. Ele
nos mostra que a expiação não tem limites:
“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam
demorada, pelo contrário, ele é longânime para convosco, não querendo que
nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.” 2Pe 3.19 e também
1Jo 2.2 e 2Co 5.19.
A graça e a expiação têm eficiência e eficácia ilimitadas,
mas há uma chave para que a função graça e função expiação sejam
plenamente exercidas. E essa chave está no final do versículo acima citado: “que
todos cheguem ao arrependimento.”
O sacrifício pleno, eficiente e eficaz de Cristo (graça não
limitada) deve ser somado ao arrependimento, produzindo então a salvação. Ou
seja: expiação não limitada mais arrependimento = salvação.
O sacrifício pleno, eficiente e eficaz de Cristo (graça não
limitada) sem o arrependimento produz justiça. Ou seja:expiação não
limitada menos arrependimento = justiça.
A verdade, para Arminius, é que o valor da cruz não é
limitado, mas sua aplicação sim. Para ele, todos estamos predestinados à
salvação, mas a eleição depende do arrependimento. Por isso, para Arminius, que
Deus decreta a salvação e a condenação de pessoas em particular com base no
conhecimento divino da fé e perseverança de cada um em particular.
A partir desse pastor holandês, podemos dar uma explicação
lógica e plausível para o texto de 2Pe 2.1: “Assim como no meio do povo
surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os
quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras, até a ponto de
renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina
destruição.”
A teologia de Jacobus Arminius ressalta a liberdade humana.
Acreditava no pecado original, considerava que a vontade do homem natural caído
está degenerada, incapacitada para produzir qualquer bem espiritual. Nesse
sentido seu conceito de liberdade humana diferia da visão de Pelágio.
Jacobus Arminius influenciou profundamente a teologia de
John Wesley, o metodismo e o protestantismo de missões. É interessante notar,
também, que o pensamento de Arminius antecede os padrões de pensamento do
Iluminismo.
Em resposta às críticas do arminianismo, a Igreja Reformada
da Holanda se reuniu em concílio, e assim os presbiterianos produziram um
documento que ficou conhecido como:
Os cinco pontos do Calvinismo
O termo calvinismo é dado ao sistema teológico exposto e
defendido por João Calvino (1509-1564). Seu sistema de interpretação bíblica,
no entanto, sofreu uma releitura ao ser resumido em cinco pontos, conhecidos
como “os cinco pontos do Calvinismo” ou TULIP, em inglês.
De 13 de novembro de 1618 a 9 de maio de 1619 reuniu-se na
cidade de Dort, na Holanda, um concílio presbiteriano para discutir a
controvérsia entre arminianos e calvinistas. Arminius (1560-1609) já
tinha morrido e, logicamente, Calvino também (1509-1564). O concílio
analisou cinco questões: predestinação, expiação, fé, graça e perseverança dos
santos. Ao final do Concílio de Dort, os presbiterianos aprovaram os “cinco
pontos do calvinismo.”[8]
Eis a TULIP:
1 – Total Depravity (Depravação total)
Todos os seres humanos nascem totalmente depravados,
incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões espirituais;
2 – Unconditional Election (Eleição incondicional)
Deus escolheu dentre todos os seres humanos decaídos um
grande número de pecadores por graça pura, sem levar em conta qualquer mérito,
obra ou fé prevista neles;
3 – Limited Atonement (Expiação limitada)
Jesus Cristo morreu na cruz para pagar o preço do resgate
somente dos eleitos;
4 – Irresistible Grace – (Graça Irresistível)
A Graça de Deus é irresistível para os eleitos, isto é, o
Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles;
5 – Perseverance of Saints (Perseverança dos Santos)
Todos os eleitos vão perseverar na fé até o fim e chegar ao
céu. Nenhum perderá a salvação.
Essa leitura do calvinismo é chamada por alguns teólogos
batistas de hipercalvinismo, e se caracteriza pela negação da idéia de que
a chamada do Evangelho se destina àqueles que não são eleitos. É a negação da
idéia de que a fé é o dever de cada um que ouve o Evangelho. Ou seja, é a
crença de que Deus planejou o mundo de tal forma que causas secundárias, ou
seja, nossas ações, não são necessárias de modo algum, pois, se Deus já
escolheu quem vai ser salvo, não é necessário pregar o Evangelho. Esta visão
não reflete o calvinismo histórico.
A doutrina batista sobre eleição
A partir do que vimos, podemos dizer que existem três
tendências no pensamento teológico em relação à doutrina da eleição, em
especial à tensão existente entre a soberania de Deus e a liberdade de
consciência e ação e ao uso pleno da razão por parte do ser humano.
A tendência chamada minimalista, que olha a questão de cima,
a partir da soberania de Deus, e nega toda a possibilidade da liberdade humana,
de consciência livre e escolha. A tendência chamada maximalista, que olha a
questão de baixo, a partir de nossa humanidade, e não vê limitação à
possibilidade do ser humano responder de forma livre ao chamado de seu Criador.
Mas há uma superação dialética dessa contradição, que
defende que o ser humano pode e deve apoiar sua resposta à eleição e ao chamado
de Deus em sua liberdade de ação e consciência, assim como no uso da razão,
embora tal processo deva ter como ponto de partida a revelação. Vamos analisar,
então, o pensamento doutrinário batista:
“Eleição é a escolha feita por Deus, em Cristo, desde a
eternidade, de pessoas para a vida eterna, não por qualquer mérito, mas segundo
a riqueza da sua graça. Antes da criação do mundo, Deus, no exercício de sua
soberania divina e à luz de sua presciência de todas as coisas, elegeu, chamou,
predestinou, justificou e glorificou aqueles que, no correr dos tempos,
aceitariam livremente o dom da salvação. Ainda que baseada na soberania de
Deus, essa eleição está em perfeita consonância com o livre-arbítrio de cada um
e de todos os seres humanos. A salvação do crente é eterna. Os salvos
perseveram em Cristo e estão guardados pelo poder de Deus. Nenhuma força ou
circunstância tem poder para separar o crente do amor de Deus em Cristo Jesus.
O novo nascimento, o perdão, a justificação, a adoção como filhos de Deus, a
eleição e o dom do Espírito Santo asseguram aos salvos a permanência na graça
da salvação.”[9]
Reconhecemos que existe uma tensão entre infinito e finito,
entre o que está em cima e o que está embaixo. Mas, para nós batistas, a
doutrina da eleição é uma síntese, que equilibra a tensão. Dessa maneira,
segundo Sua graça imerecida, Deus opera a salvação em e através de Cristo, de
pessoas eleitas desde a eternidade, chamadas, predestinadas, justificadas e
glorificadas à luz de Sua presciência e de acordo com o livre arbítrio de cada
um e de todos.[Veja os seguintes textos: 1Pe 1.2; Rm 9.22-24; 1Ts 1.4; Rm
8.28-30; Ef 1.3-14].
E assim a doutrina batista apresenta seus quatro pontos:
1. Todos são eleitos.
2. Deus opera a salvação em e através de
Cristo pelo favor imerecido de sua graça.
3. Deus é pré-ciente.
4. De acordo com o livre-arbítrio, desde a eternidade, Deus
elege, chama, predestina, justifica e glorifica.
Nós batistas entendemos que salvação implica em regeneração,
que é ato inicial em que Deus faz nascer de novo o pecador perdido. É obra do
Espírito Santo, quando o pecador recebe o perdão, a justificação, a adoção de
filho de Deus, a vida eterna e o dom do Espírito Santo. Neste ato de
regeneração, o novo crente é batizado com o Espírito Santo e é por ele selado
para o dia da redenção final, liberto do castigo eterno de seus pecados.
Há duas condições para o pecador ser regenerado:
arrependimento e fé. O arrependimento implica em mudança radical do homem
interior, que significa afastar-se do pecado e voltar-se para Deus. A fé é a
confiança e aceitação de Jesus Cristo como Salvador e a total entrega da
personalidade do pecador a Ele. Nessa experiência de conversão o ser humano
perdido é reconciliado com Deus, que lhe concede perdão, justiça e paz.[10]
Assim, a partir da consistência ontológica do humano, somos
levados à necessidade de uma análise antropológica para a teologia. Quando
descartamos a reflexão sobre o ser humano a quem Deus fala, temos um discurso
meramente ideológico, distanciado do homem e da mulher verdadeiros e da
realidade em que vivem e transformam. Temos, então, um ser humano-mito, onde os
fatos natural e histórico transformam-se em alegoria.
O pressuposto fundamental dessa reflexão antropológica para
a teologia é a imago Dei, que traduz a verdade de que a compreensão de
Deus, através de seu Cristo, leva à compreensão do ser humano e de sua razão de
existir. Não se trata de conhecer o ser humano para conhecer a Deus, porque o
homem não é Deus, mas o contrário. Nesse sentido, a antropologia correta parte
da revelação. Não utilizamos o conceito do teólogo Tomás de Aquino de analogia
em seus dois sentidos, como se fosse possível ao homem conhecer a Deus a partir
de si próprio, mas acreditamos que as necessidades e anseios do espírito humano
apontam para aquilo que ele perdeu.
Se a revelação é uma conversa entre Deus e o ser humano, em
Cristo, é a partir desse diálogo que temos os elementos fundamentais para
conhecer aquilo que Deus deseja que sejamos. Nesse sentido, por mais decaído
que esteja o ser humano, ainda lhe resta a liberdade de consciência necessária
para aceitar ou não esse diálogo proposto pelo Criador.
Por isso, nós batistas consideramos que a missão do povo de
Deus é a evangelização do mundo, visando a reconciliação do ser humano com
Deus. É dever de todo discípulo de Jesus Cristo e das igrejas proclamarem, pelo
exemplo e pelas palavras, a realidade do evangelho, fazendo novos discípulos de
Jesus Cristo em todas as nações. Cabe às igrejas batizá-los, ensinando-os a
observar o que Jesus ordenou. A responsabilidade da evangelização estende-se
até os confins da terra e, por isso, as igrejas devem promover a obra de
missões, pedindo a Deus que envie obreiros para a sua seara.[11]
[1] Jorge
Pinheiro é pastor auxiliar da Igreja Batista em Perdizes (SP/Capital) e
professor de Teologia Sistemática na Faculdade Teológica Batista de São Paulo.
[2] Walther
von Loewenich, A Teologia da Cruz de Lutero, São Leopoldo, Sinodal, 1988,
pp. 11 e 12.
[3] Timothy
George, Teologia dos Reformadores, São Paulo, Edições Vida Nova, 1994,
p.232.
[4] Desidério
Erasmus (1486-1536) teólogo e erudito, em 1524 escreveu, em polêmica com
Lutero, Diatribe sobre o Livre Arbítrio. Carl Bangs, Arminius, A
Study in the Dutch Reformation, NY, Abingdon Press, 1971, pp. 90 e 102.
[5] John
Smyth (1610-1612), primeiro pastor batista na Inglaterra, levantou a
bandeira da “liberdade de consciência absoluta” in Zaqueu Moreira de
Oliveira, Liberdade e Exclusivismo: Ensaios sobre os Batistas
Ingleses. Rio de Janeiro: Horizonal; Recife: STBNB Edições, 1997,
p. 83.
[6] Pensador
batista inglês, “Dell usou cada oportunidade que teve para defender a
liberdade de consciência. Ele considerou o uso de coação uma invenção humana,
algo deletério que não tinha lugar no reino de Cristo.” Zaqueu Moreira de
Oliveira, op. cit., p. 104-106. Dell escreveu Uniformidade
Examinada e apoiou a revolução inglesa (1642-1649), dirigida por Oliver
Cromwell.
[7] Obras
de Jacobus Arminius: Exame do Panfleto de Perkins, Declaração de
Sentimentos, Controvérsias Públicas, Setenta e Nove Controvérsias
Particulares in Carl Bangs, Arminius, A Study in the Dutch
Reformation, NY, Abingdon Press, 1971, pp.206-221; 307-316; e Arminianismo
e Jacobus Arminius, in Enciclopédia Histórico-Teológica, São Paulo,
Edições Vida Nova, 1993, pp. 112-114.
[8] Júlio
Andrade Ferreira (org.), Antologia Teológica, São Paulo, Novo Século,
2003, p. 698.
[9] Declaração
Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, “Eleição”, in Rumo e
Prumo, terceira edição, Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, secção do Estado
de São Paulo, dezembro de 2004, p. 26.
[10] “Salvação”, in Rumo
e Prumo, terceira edição, Ordem dos Pastores Batistas do Brasil, secção do
Estado de São Paulo, dezembro de 2004, p. 25.
[11] “Evangelização
e Missões”, in Rumo e Prumo, op. cit., p. 28.